
Felicidade no trabalho

Há poucas semanas fui convidado a participar de uma “live” para compartilhar a minha visão sobre “felicidade no trabalho” com outros empresários do ABC Paulista.
Embora este tipo de interação (as “lives”) não seja o meu preferido, entendo a necessidade de utilizarmos este recurso e aceitei de pronto o convite. Logo após as apresentações iniciais o moderador pediu para que eu falasse sobre o tema, conectando-o com o slogan da minha consultoria que é “Gerando engajamento, mudando resultados”. Como este é o tema com o qual venho trabalhado ao longo da minha carreira construída na área de Recursos Humanos de grandes empresas, como Business Partner e agora na minha própria consultoria, iniciei trazendo alguns dados publicados por sérios institutos de pesquisa. Vamos a eles:
· Profissionais engajados são 20% mais produtivos.
· As empresas de capital aberto que aparecem na lista das melhores empresas para se trabalhar disparam suas ações em média 14% acima do índice da bolsa.
Mais um dado:
· O estilo gerencial impacta em até 70% o grau de satisfação do funcionário com o seu trabalho e com a empresa em que trabalha.
O último….eu juro:
· Mais de 50 % das estratégias ou visões de futuro desenhadas pelas empresas não são implementadas, por diferentes razões, sendo as principais; Falta de entendimento sobre o que precisa ser feito; Falta de engajamento da liderança; Falta de engajamento das equipes.
Utilizei estes dados para trazer a reflexão de que, falar de felicidade no trabalho não é romantismo, mas sim estratégico e de fundamental importância para a sobrevivência e para os resultados das organizações, sejam elas pequenas, médias ou grandes, de qualquer ramo de atividade, de capital aberto ou fechado.
Embora esta conclusão pareça meio óbvia, percebemos na prática que não basta ao empresário ou líder apenas querer proporcionar um bom clima de trabalho aos seus funcionários. A boa intenção, por si só não garante a felicidade. É importante metodologia, foco, comunicação estruturada e de mão dupla, habilidades de gestão e acompanhamento contínuo. Parece fácil? Não é não. Tive a oportunidade de conversar com muitos líderes e empresários cheios de ideias, com boas estratégias, boas intenções, mas que não conseguiram conduzir suas equipes e, frustrados desistiram de seus mais preciosos objetivos. Entendendo o grau de complexidade de se fazer gestão de equipes hoje em dia, muitos outros líderes e empresários contam com a ajuda de consultores ou especialistas que apoiam suas empresas nesta jornada.
Nós da AB&M desenvolvimento, utilizamos uma abordagem humanista e metodologia de trabalho baseada na Antroposofia, que a partir dos conhecimentos sobre o ser humano, realiza intervenções nas organizações considerando as dimensões do Pensar, do Sentir e do Querer, pois sendo as organizações uma criação do homem, assim como seu criador, elas também possuem necessidades que precisam ser compreendidas, sentidas e tratadas com e pelas pessoas que as compõem.
Considerando que o engajamento se dá quando o ser humano se empenha em uma causa, entendemos que para gerar então o engajamento, é necessário ir além da recompensa financeira, do benefício, do ambiente de trabalho seguro e limpo. Isso é o básico. Como já dizia Maslow, estas são necessidades higiênicas. O ser humano precisa de muito mais que isso para se empenhar em uma causa, para se realizar e produzir resultados superiores. Ele precisa também:
· Encontrar um propósito no que faz.
· Ser apreciado e reconhecido pelo que e como faz.
· Identificar-se com os valores da empresa.
· Ter autonomia para tomar decisões.
· Encontrar equilíbrio entre carreira e vida pessoal.
Lembro da felicidade da minha filha Mariana, quando estava fazendo seu primeiro estágio em uma empresa multinacional, chegou em casa contando que a sua gerente pediu para que preparasse uma apresentação de um tema que sobre o qual ela gostasse, ou sobre um hobby por exemplo, para compartilhar com seus colegas de trabalho em uma das reuniões semanais da equipe.
Com este pedido, esta gerente transmitiu à Mariana a mensagem de que ela era importante para o grupo, de que a gerente e a equipe se importavam com ela, a estagiária, e queriam conhecê-la como pessoa, seus gostos e interesses. A Mariana escolheu falar sobre astronomia, assunto que tivera estudado na faculdade de física, mas muito mais importante que o tema escolhido, foi a possibilidade de ter sua individualidade reconhecida e apreciada.
Para concluir, trago o trecho de um discurso realizado por Rudolf Steiner (1861-1925), filósofo e fundador da Antroposofia. “O ser humano precisa de alegria, prazer no seu trabalho, fazer o que ele gosta. A natureza humana não suporta falta de motivação para o trabalho. Como não há mais o artesanal, seria uma saída atual alargar os horizontes de cada homem, alargar sua vida social, fazê-lo se sentir parte da comunidade e útil a ela e ao universo”.
Sim, colega empresário e colega líder, gerar o engajamento não é tão simples, é uma questão ampla e complexa, mas possível quando feita com metodologia, determinação e muita dedicação. Se quiser ou se interessar por aprofundar o tema, será para mim um prazer conversarmos.
Bruno Severo Oliveira
AB&M desenvolvimento